Cristo Redentor - 80 anos


Estátua do Cristo Redentor completou 80 anos
Maior símbolo da América Latina e umas das 7 maravilhas do mundo, a imagem, que teve sua construção rejeitada pelos evangélicos, parece estar consolidada na alma do povo brasileiro.



Por Rafael Cardoso
Após completar 80 anos de idade, o maior cartão postal e ponto turístico do Brasil, se consolida como algo bem mais abrangente do que o símbolo de uma só religião. Recebendo diariamente cerca de dez mil visitantes vindos de todas as partes do planeta, dentre os quais muitos são evangélicos, o monumento do Cristo Redentor parece ter sido adotado de vez como o símbolo unânime da alma brasileira.
A história registra, contudo, que nem sempre houve uma relação pacífica entre os evangélicos e a Estátua. Tida por alguns como a materialização de um imenso “ídolo”, a construção do Cristo Redentor foi recebida com enorme rejeição pelas igrejas protestantes do Rio, na época de sua construção, ainda nos anos 20.
O Jornal Batista, da Convenção Batista Brasileira, no início das construções, chegou a publicar nota, disparando: “será um atestado eloqüente de idolatria da igreja de Roma”. Metodistas também protestaram por meio de seu jornal, o “Expositor Cristão” (na época, chamado de Methodista Catholico), onde publicaram matéria com título “Um ídolo colossal do romanismo”, em edição de 1931, ano em que o monumento foi inaugurado.
Sendo, na época, uma fração mínima da população brasileira, evangélicos se sentiam ameaçados pelo predomínio da Igreja Católica, que tinha forte influência na sociedade e na política nacional. Hoje, representando cerca de 20% dos brasileiros - e em franco crescimento - os evangélicos não demonstram enxergar mais o Cristo Redentor como uma ameaça e sim como aquilo que o fez célebre entre as nações: um símbolo que redefiniu a belíssima paisagem do Rio de Janeiro e se tornou a logomarca do Brasil no mundo.

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