Igreja
busca na justiça direito de utilizar maconha no culto
Igreja do Universo, sediada no Canadá, teve o requerimento de utilizar
a erva para fins religiosos negado pela Suprema Corte de seu país.
Por Rafael Cardoso
Acreditando que a cannabis
sativa (nome científico da maconha) é a "árvore da vida" o
reverendo Christopher Bennett, da Igreja do Universo, vinha buscando
na justiça o direito de consumir a droga, segundo ele, para fins rituais.
Ele defende que a maconha seja
uma forma de consciência coletiva, uma manifestação divina e chegou a publicar
três livros sobre o assunto, garantindo que ele próprio usa maconha em rituais
religiosos há mais de vinte anos.
A decisão contrária da Suprema
Corte do Canadá baseou-se na inconsistência dos argumentos de Bennet que anexou
ao processo pesquisas do Google, além de supostas citações da maconha na Bíblia
que teriam sido mal interpretadas. Uma das passagens contestadas por ele,
encontra-se em Êxodo 30:23, onde é mencionado o cálamo para a unção dos
sacerdotes, termo que, segundo defende, é resultado da tradução errada de
“Kaneh-Bosum” e que o nome correto seria “cânhamo”, termo também relacionado à
maconha.
O juiz Michael Shore, que
conduziu o julgamento, é um homem religioso e também possui livros publicados sobre
espiritualidade e não se convenceu dos argumentos de Bennet. Em sua decisão,
diz que o “requerente não conseguiu estabelecer qualquer conexão
entre sua prática e preceitos morais, éticos ou suas obrigações”
e que “sequer sugeriu se existem restrições impostas pela
Igreja do Universo sobre o uso de maconha por seus
adeptos, como na presença de crianças, ou quando estiver dirigindo um
carro, ou ainda operando máquinas pesadas”.
O reverendo Michael Baldasaro,
Arcebispo da Igreja do Universo, contestou a decisão do juiz Shore e, segundo
ele, “sua Excelência não acredita ou adora a Deus da mesma forma que nós
acreditamos e adoramos”. Disse ainda que suas práticas rituais envolvendo o uso
da erva não prejudicam a ninguém e, portanto, não deveriam ser consideradas como
crime.
Alegando haver envolvimento de interesses das
indústrias do tabaco e do álcool na decisão da Suprema Corte, o Arcebispo
Baldasaro denuncia que “na realidade, temos uma sociedade embriagada de álcool
correndo solta, se envenenando com o tabaco e ninguém se importa”. Resposta atenciosa concedida via internet pelo Arcebispo Michael Baldasaro
Querido irmão Rafael,
Sim, gostaríamos de apresentar nosso lado da questão.
Esse juiz foi tendencioso e julgou
o Reverendo Bennett baseado em sua crença de que sua religião é o único caminho
para Deus.
A adoração é algo privado. Ninguém
tem que justificar a um juiz a validade de suas crenças e práticas religiosas,
quando não há alegação de danos a outros.
A utilização da maconha é tratada
como um "crime sem vítimas" pelas Leis do Canadá. Mas devemos observar que num crime qualquer
alguém só pode ser condenado se tiver cometido uma ofensa contra uma pessoa,
conforme, previsto no Código Penal do Canadá. Ou seja, deve haver uma vítima!
A Seção de Interpretação do
Código Penal afirma que "o denunciante deve ser a vítima da alegada
infração". Portanto, no caso da utilização da maconha não vitimar a
um terceiro, não pode ser tratada como um crime e sim como questão de saúde
pública.
Nosso Sacramento:
Nosso Sacramento:
Vinho, por exemplo, é uma
desculpa muito frágil para um sacramento para um fanático descrente ou crer em
Jesus nos primeiros dias do cristianismo, especialmente se deixar a outros que
tem seu deus ou deuses julgar, como no caso de Jesus e seu "jeito
novo é melhor do que os velhos" ensinamentos de "faça aos outros o
que gostaria que fizessem a você".
Os tribunais não estão lá para julgar as crenças religiosas, eles estão lá para proteger as crenças e a sociedade de danos, caso haja dano demonstrado e justificado nos termos do Artigo 1 da Carta Canadense de Direitos e Liberdades.
A única jurisdição dos tribunais
é ver se suas práticas e crenças religiosas são de alguma forma um dano a
alguém/sociedade.
O juiz, neste caso, decidiu
contra o irmão Chris Bennet, porque a sua Excelência não acredita ou adora a
Deus da mesma forma que nós acreditamos e adoramos; ou, quem sabe, simplesmente
porque os interesses das indústrias do tabaco e do álcool sentem-se ameaçadas.
Ou ainda, como meu pai declarou em "Lower the Boom - Uma conversa com
Wallace Baldasaro”, é ilegal porque o governo não pode tributá-la. É muito
fácil de cultivar."
Na realidade, temos uma enorme sociedade
embriagada de álcool correndo solta e ninguém se importa.
Esteja bem e prospere.
Em paz, abençoe todos nós.
Reverendo Irmão Michael Baldasaro, Arcebispo
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