Kata Tocos
Um bar
que atravessou gerações e marcou a vida de muitos paraisenses
Por
Rafael Cardoso
Pode-se pensar o contrário, mas pra muitas
pessoas, um bar não é um lugar qualquer! Muitos que o freqüentam, o fazem em
busca de confraternização, de conhecer novos amigos, curtir suas músicas
favoritas, beber, comer, paquerar...
Num bar, pode-se testemunhar o início de relacionamentos
amorosos, os quais acabam até virando casamentos, no entanto, deve-se ter muito
cuidado, pois, num bar, casamentos também podem terminar.
Em meio a conversas de bar, entre uma bebida
e outra, uma ou outra porção, podem surgir novos negócios, projetos e sonhos
grandiosos. Discute-se a política do país, a situação do time para quem torce,
filosofias, poesias, serenatas, muitas coisas acontecem no meio e a partir de
uma conversa de bar.
Tudo isso transforma o bar numa espécie de
palco onde a vida real acontece. Na história de Paraíso, não existe nenhum
outro bar que esteja tão romanticamente conectado com a vida de quem o
freqüentou quanto o Kata Tokos.
Procurado religiosamente em todos os finais
de semana por uma legião de adeptos, o Bar atravessou gerações, sendo o palco
de momentos inesquecíveis na vida de milhares de paraisenses e forasteiros.
Sua pré-história teve início no ano de 1951,
quando João Avelar abriu o Bar Nossa Senhora da Aparecida, ali mesmo na Pimenta
de Pádua, bem em frente à Rua Genaro Joele. O antigo “boteco” atraía muitos
homens em busca de uma bebida mais forte e também dos resultados de loterias
que ficavam estampados diariamente nas paredes da frente do estabelecimento.
Mas foi em 1979, quando o filho do seu João assumiu
o empreendimento, que o Bar se tornou na antológica Pizzaria Kata Tokos. Roberto
Avelar conta que o nome tão peculiar com que batizou seu Bar era o apelido de
seu pai, o qual acabou também herdando.
Hoje, o Roberto ‘Kata Tokos’ relembra com
saudade e orgulho as muitas festas que realizou em seu Bar. Viradas de ano históricas,
três casamentos celebrados lá dentro (entre casais que se conheceram e
começaram seus namoros ali), além das maravilhosas noites na Boate Kata Tokos -
construída num ambiente rebaixado, nos fundos do mesmo prédio e que movimentou
as madrugadas da cidade. Os eventos são incontáveis!
Entretanto, a ocasião que Roberto menciona
com mais orgulho foi a da vinda da cantora Angela Maria para uma apresentação
em seu Bar. “Ela estava de passagem pela
cidade para realizar um show em Furnas e acabou dando uma “canja” pra nós, lá
no Kata Tokos”, disse. O show com aproximadamente uma hora de duração foi
prestigiado por uma platéia bastante seleta, reunindo pessoas importantes da
cidade e região. Da ocasião, ele e sua esposa Luzia exibem com carinho o
autógrafo da cantora estampado na capa de um dos muitos álbuns de fotografias
que guardam em sua casa, dando detalhes de cada momento dos quase 50 anos de
história do Kata Tokos.
Com o fim de suas atividades no ano 1998, o
Bar se tornou um ícone da cidade, sempre relembrado por todos que o
freqüentaram com aquela sensação boa e leve de quem experimentou momentos
felizes e que foram eternizados em suas melhores lembranças.
Prova conclusiva desse profundo carinho que
ficou no coração dos paraisenses, foi a realização da festa Geração Kata Tokos,
que aconteceu em 2008. Com seu salão completamente lotado, o Ouro Verde Tênis
Clube abrigou a reunião de gente de 30, 40, 50 e 60 anos de idade, em homenagem
ao notável Bar. Naquela noite, Roberto recebeu o reconhecimento e os aplausos
de uma pequena fração do público que ajudou a sedimentar a história do Kata
Tokos. Presente na festa, Edimilson Melo, 38 anos e professor de história em Campinas,
relembra que o evento “foi um belíssimo
revival de um Kata Tokos de todas as épocas e uma linda homenagem ao Roberto,
que é uma pessoa quase mítica na cidade”.
Assim como o professor, centenas de outras
pessoas vieram de muitos lugares para se reencontrar em Paraíso, a fim de
celebrar um lugar que fez parte dos anos dourados da noite da cidade. Gente que
prefere manter viva na memória a lembrança de um Bar que superou as barreiras
do tempo e que, apesar de ter sido derrubado para dar lugar a um estacionamento,
ainda está de pé na mente e no coração de todos os que foram marcados por esse ambiente
que se tornou um emblema do entretenimento noturno paraisense.
Sou de Monte Santo e nossa diversão e de amigos era ir no lata Tocos
ResponderExcluirLugar aconchegante. Muito agradável.