Os novos números de Paraíso
Estudos
baseados nos novos dados divulgados pelo IBGE revelam os números atuais sobre a
cidade
Diante das recentes publicações do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, que revelaram novos dados sobre o
crescimento das cidades brasileiras, a Expressão Livre foi investigar maiores
informações sobre o desenvolvimento de nossa cidade nas três principais áreas
sociais, que são saúde, educação e segurança, além de obter alguns dados sobre
a economia e a vida profissional dos paraisenses.
Dados
populacionais
Segundo dados publicados em junho deste ano
pelo IBGE, o município de São Sebastião do Paraíso cresceu entre os Censos
Demográficos de 2000 e 2010. A taxa desse crescimento foi de 1,09% ao ano, o
que representou, em números reais, uma passagem de 58.298 habitantes para
64.980. Essa taxa foi superior à registrada no estado Mineiro, que ficou na
casa de 0,93% ao ano, e também superior à cifra de 1,06% ao ano da Região
Sudeste.
Deste número, pouco mais 90% vivem em áreas
urbanas e os outros praticamente 10% formam a população rural paraisense.
A estrutura demográfica também apresentou
mudanças no município. No período apurado verificou-se uma ampliação da
população idosa, que vem crescendo em média 3,3% ao ano. Em contrapartida, o
segmento etário de 0 a 14 anos diminuiu. Crianças e jovens representavam 26,7%
da população em 2000 e dez anos depois, esse número reduziu para 21,8%, ou
seja, temos hoje em Paraíso 1385 crianças e adolescentes a menos e 2371 idosos
a mais do que há dez anos.
A divisão por sexo em Paraíso se dá na
seguinte proporção:
Homens
32.182 – 49,53%
Mulheres
32.798 – 50,47%
Fato curioso nesta divisão é que entre as 14
cidades vizinhas que compõem nossa microrregião, somente Paraíso e Guaxupé
possuem um número de mulheres superior ao de homens.
O índice de desenvolvimento humano (IDH) de
Paraíso - valor que mede o bem estar da população, analisando componentes como
a renda, a longevidade e a educação – se mantém acima das médias nacionais e do
estado de Minas.
Praticamente 100% dos lares paraisenses (nas
regiões urbana e rural) recebem o fornecimento de energia elétrica. A coleta de
lixo atende 94,1% das residências e a rede de abastecimento de água se estende
a 92,6% das casas.
Classes
sociais
Segundo cruzamento de dados obtidos no IBGE,
IPC Maps e FGV (Fundação Getúlio Vargas), a divisão dos lares paraisenses por
classe social se dispões na seguinte maneira:
Classes
Domicílio por
classe
Renda familiar
A
3,6%
R$ 12.440 ou mais
B
30,1%
De R$ 6.220 a R$ 12.440
C
51%
De R$ 2.488 a R$ 6.220
D
14,5%
De R$ 1.244 a R$ 2.488
E
0,7%
Até R$ 1.244
Saúde
Para entender um pouco melhor o funcionamento
do sistema de saúde no Brasil é importante enxergá-lo como uma enorme teia,
onde diversas células estão interligadas e interdependentes.
Em Paraíso, por exemplo, o município não se
preocupa exclusivamente com a saúde do paraisense. Nossa cidade serve como sede
de uma microrregião e a Secretaria da Saúde do município responde pelo
atendimento de seis cidades ao todo, que, juntas, somam cerca de 120 mil
pessoas.
Diante desse modelo de organização, verbas
federais são fornecidas às microrregiões, que se responsabilizam em atender as
necessidades de saúde dos cidadãos de sua “célula” regional.
É por essa razão que, não raramente, nos
deparamos com vans e até ônibus trazendo pacientes de cidades vizinhas aos
nossos hospitais.
Sobre esse sistema regionalizado, o
Secretário de Saúde e Ação Social da cidade, Marcos Rogério Oliveira, explica
que “o conceito de rede em saúde é funcional, desde que o paciente seja sempre
levado ao lugar que está apto para atendê-lo em sua necessidade específica”.
No entanto é sabido e notado por todos que o
Sistema de Saúde do Brasil inteiro trabalha além de suas possibilidades. Dados
da própria Secretaria de Saúde de Paraíso informam que a cidade possui suporte
federal para realizar 1.600 consultas por mês, mas o número real de
atendimentos chega aos 6 mil no mesmo período.
Estrutura
da Saúde Paraisense
Segundo dados do Ministério da Saúde, existem
em Paraíso 4 Hospitais Privados. O número de leitos disponíveis é de 435 para
pacientes particulares e de 368 para usuários do SUS.
18 Unidades Básicas de
Saúde (1 no Distrito de Guardinha);
01 Unidade de
Pronto-Atendimento;
01 Posto de Saúde na Zona
Rural (Termópolis);
01 Posto de Saúde
(Guardinha);
01 Núcleo de Apoio à Saúde
da Família (NASF);
01 Centro de
Especialidades Odontológicas (CEO);
01 Farmácia Central;
01 Centro de
Especialidades – Ambulatório Municipal;
01 Laboratório
Municipal;
01 Caps (Centro de Atenção
Psicossocial).
Entre 2005 e 2011, foi observado que as
principais causas de internações entre os paraisenses foram: 1) Gravidez,
parto; 2) Doenças do aparelho circulatório (cardíacas; hipertensivas etc.); 3)
Transtornos mentais e comportamentais e 4) Lesões por envenenamento e
consequências por causas externas (entenda-se por tentativas de suicídio).
Sobre isto, o Secretário Marcos Rogério
conclui que quase “80% das pessoas que procuram médicos, o fazem não por estar
doentes, mas por complicações emocionais e de natureza social, como dívidas e
problemas familiares”.
A taxa de letalidade causada pela Dengue em
Paraíso, no ano de 2011 foi de zero. A média das cidades mineiras foi de quase
10 mortes no ano e a brasileira de mais de 5.
São realizados em média 585 mil atendimentos
ao ano em Paraíso, dentre os quais, 100 mil no Pronto Socorro, 60 mil no
Ambulatório e o restante nos PSF – Programa de Saúde da Família.
Com base no orçamento anual de 2011, são
gastos por ano em saúde R$541,85 com cada cidadão paraisense. Uma média de 500
pessoas são atendidas por dia na Farmácia Central, totalizando um gasto de R$60
mil com remédios todos os meses.
Os valores totais investidos com a saúde em
Paraíso passaram a cifra de R$35 milhões no último ano.
Saúde
da Mulher
Em Paraíso, o percentual de exames
preventivos de Câncer no Útero, realizado em mulheres ente 25 e 59 anos, subiu
substancialmente entre 2007 e 2011. A perspectiva é de que até o final deste
ano, esse tipo de exame, fundamental para a saúde da mulher, atinja por aqui a
meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é de 28%. No período de 2011,
ficamos um pouco abaixo do estabelecido, 26%, bem mais do que a média mineira
(17%) e a nacional (11%).
No caso das mamografias (exames realizados
com intuito de prevenir o Câncer de Mama), o município mantém um desempenho
excelente. 48,74% das paraisenses com idades entre 50 e 69 anos, passaram pelo
exame. A média mineira foi de 16% e a nacional, de 13%.
Educação
Segundo o “Data Escola Brasil”, do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP* (órgão que
é vinculado ao MEC - Ministério da Educação e promove estudos, pesquisas e
avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro), Paraíso possui ao todo 54
escolas em atividade, sendo 22 particulares, 18 municipais e 14 estaduais.
Juntas, essas escolas atendem aproximadamente
12 mil estudantes de todas as idades.
Mais de 4 mil crianças estão distribuídas nas
creches e pré-escolas e entre essas, poucos mais de 100 utilizam sistema de
período integral, com atividades complementares, que compreende, além do
currículo normal pelas manhãs, atividades especiais na parte da tarde. Entre
essas atividades, destacam-se artes, teoria e prática musical, esporte e lazer,
leitura e produção de texto, inclusão digital, informática e TI, além de
acompanhamento pedagógico.
No Ensino Fundamental (que vai do 1º ao 9º
ano) são 11 escolas estaduais e outras 11 municipais atuando no município e,
entre elas, quatro estão na zona rural. Juntas, elas agregam 8300 crianças
(4900 no estado e 3400 no município).
Já a rede particular de ensino fundamental da
cidade é composta por 9 escolas, que possuem juntas 939 alunos.
Pouco mais de 2500 jovens estão cursando o
Ensino Médio ou Médio Profissionalizante. Distribuídos nas quatro escolas da
rede pública estadual de Paraíso. Outros 281 paraisenses na mesma fase escolar
estão espalhados nas três escolas privadas da cidade.
Existe também uma escola de educação especial
em Paraíso, a Escola Estadual de Educação Especial Mariana Marques. Nela
estudam 185 alunos, divididos em creche, pré-escola e ensino fundamental. Nela
é aplicado o AEE – Atendimento Educacional Especializado, onde são empregadas
estratégias para o desenvolvimento de processos mentais, Técnicas de orientação
e mobilidade, Ensino de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, Ensino do uso do
Soroban, do Sistema Braille, informática acessível, entre outros métodos especiais
de ensino.
Dentro desse universo, mais de duas mil
pessoas são beneficiadas com transporte subsidiado por verbas públicas.
* Dados referentes ao ano de 2011
Segurança Pública
Segundo dados oficiais, fornecidos pela
Assessoria de Comunicação da Polícia Militar em Paraíso, a situação da
segurança pública na cidade vem dando passos importantes no rumo do combate ao
crime. A média de prisões em flagrante, bem como a apreensão de drogas e armas
de fogo aumentam a cada ano, demonstrando uma atuação mais estratégica de nossa
polícia na prevenção de delitos.
A própria Polícia realizou levantamento,
fazendo um comparativo dos índices de criminalidade entre os anos de 2007 e
2011. Os dados demonstram que o número de prisões efetuadas sofreu um aumento
de quase 60% entre os períodos analisados. O número de armas de fogo
apreendidas foi 18% maior em 2011. 17% menos residências sofreram furtos e o
número de crimes violentos diminuiu drasticamente (cerca de 170%).
Sobre a diminuição dos índices de
criminalidade em Paraíso, o Delegado Marcos Piedade, da 4ª Delegacia Regional
de Polícia Civil disse em entrevista recente à Expressão Livre: “Estamos
trabalhando com tolerância zero para continuar fazendo de Paraíso uma cidade
segura”. Ele ainda citou o quanto a vizinha Passos tem sofrido com a “guerra do
tráfico”, uma realidade que não assola nosso município.
Economia
Paraíso é responsável por boa parte da
produção nacional de cafés finos. Quase 80% de todo café produzido aqui é
destinado à exportação visando países de maior exigência em qualidade,
como Japão e Itália.
Ainda no setor agrícola, destaca-se também a
produção de leite, de grãos, a fruticultura, além de outros.
Nos últimos anos Paraíso vêm se destacando
como polo industrial, principalmente nos setores de “Material Cirúrgico”,
“Confecção (Lingerie)” e no setor de “Couros”, (desde curtumes até fábricas de
calçados), os quais, juntos, empregam milhares de pessoas.
A receita orçamentária do município vem
retratando crescimento de 10,98% ao ano, nos últimos períodos de avaliação.
Despesas com saúde, educação, administração, urbanismo e encargos especiais vem
sendo responsáveis, em média, por mais de 70% de todos os gastos da cidade.
Em assistência social, as despesas alcançaram
2,68% do orçamento, valor este, inferior à média de todos os municípios do
estado, que está na casa de 3,20%.
Atualmente, 2200 famílias paraisenses recebem
o auxílio federal Bolsa Família. (Dados obtidos junto ao Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome)
PIB
Entre os quinze municípios que compõem a
região “sul de minas”, Paraíso ocupa a 11ª colocação no ranking dos PIB’s
(Produto Interno Bruto), ficando atrás das vizinhas Guaxupé e Passos. Ainda
assim, os dados obtidos nos levantamentos do Sistema Fecomércio de Minas
Gerais, demonstram que nos últimos 10 anos o PIB per capita do paraisense mais
que dobrou.
A participação da Agropecuária no PIB
municipal caiu mais de 50% entre 2002 e 2009 e hoje representa menos de 10% do
Produto paraisense. No mesmo período, a Indústria cresceu 60% e hoje significa
quase 22% de toda nossa renda municipal e os Serviços representam tecnicamente
68% da soma de todos os bens e serviços de nossa cidade.
Segundo o IPC Maps, que mede o potencial de
consumo de todas as cidades brasileiras, Paraíso ocupa 383ª posição no ranking
nacional e a 50ª posição no ranking mineiro no share de consumo.
Mercado
de trabalho
Com base nas informações do Ministério do
Trabalho, São Sebastião do Paraíso possui aproximadamente 16.500 postos de
trabalho distribuídos entre todos os setores econômicos, em pouco mais de
quatro mil estabelecimentos.
As empresas que operam em nosso município
estão assim divididas:
Indústrias
506
Serviços
1805
Agribusiness 187
Comércio
1654
38% dos trabalhadores de nosso comércio
varejista possuem o ensino médio completo e menos de 5% têm educação superior. A
média salarial dessa classe trabalhadora é de pouco menos de R$1.000,00.
Já no setor de serviços, trabalhadores com
educação superior chegam a 19%. Nesse ramo, a média salarial sobre para
R$1.300,00.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome revelaram que nos últimos anos, o mercado de trabalho de
Paraíso vem demitindo mais e admitindo menos. O desempenho do município quanto
ao número de vagas de trabalho cresceu 29,7%, desde 2004, mas ficou aquém da
média mineira, que cresceu 39,4% no mesmo período.
A Indústria de Transformação foi o setor com
maior volume de empregos formais, com 5.424 postos de trabalho, seguido pelo
setor de Serviços com 3.629 vagas. Somados, estes dois setores representam
55,1% do total dos empregos formais do município.
Os setores que mais aumentaram a participação
entre 2004 e 2010 na estrutura do emprego foram o Comércio e a Construção
Civil. Já o setor que mais perdeu participação foi o da Agropecuária, que
representava 14,97% das vagas de trabalho e caiu para 12,16%.
James Ribeiro, Superintendente da ACISSP –
Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de São Sebastião
do Paraíso, enxerga que a cidade possui um sistema econômico extremamente
arrojado, o que gera por aqui uma qualidade de vida tal qual a de uma cidade
grande. “São Sebastião do Paraíso é uma cidade com muitas oportunidades”,
afirmou o Superintendente. “A maior dificuldade por aqui é que existem muitas
vagas de emprego para poucos trabalhadores especializados”, ele completa, ressaltando
que empresas de grande porte como Matsuda, Cooparaíso, Laticínios Aviação e
Polysuture estão em busca constante por mão de obra especializada.
Fontes: IBGE, IPC Maps, FGV, Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Perfil Econômico 2012 FECOMERCIO Minas
e Secretaria Municipal de Saúde e Ação Social de São Sebastião do Paraíso, além
da Polícia Militar em SSP.
Por Rafael Cardoso
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