Jipeiros
Espírito de aventura e consciência ecológica
Jipeiros são praticantes do esporte radical
conhecido como off Road, termo que significa “fora da estrada”. Procurando se distanciar
das cidades e de toda a infra-estrutura urbana, eles buscam, além de um contato
mais intenso com a natureza, a superação de obstáculos em locais de difícil acesso
com ambientes hostis cheios de lama, pedras, erosões, subidas e descidas
íngremes, locais alagados, enfim, paisagens e condições severas que se
transformam em verdadeiros paraísos para os praticantes desse esporte.
Por converter cada passeio numa grande
aventura, eles não costumam ‘viajar’ simplesmente, pelo contrário, suas viagens
são tratadas como verdadeiras expedições, termo que utilizam para os circuitos
e trajetos escolhidos.
Por não ser um hobbie dos mais baratos, o
universo dos jipeiros não agrega um grande número de adeptos. Pra se ter uma
ideia, somente um macaco Hi-lift, ideal para operações de resgate e manutenção
nas trilhas, custa em média quinhentos reais. Isso sem falar num guincho, que
chega a custar entre dois e cinco mil reais e um Jeep Willys ou uma Rural,
ambos com mais de 40 anos de uso, não saem por menos de vinte mil.
Em Paraíso existem entre 25 e 30 praticantes,
os quais mesmo não estando organizados na forma de clube, elaboram
ocasionalmente algumas expedições em conjunto. Um dos mais entusiasmados
jipeiros da cidade, Wander Juliano Duarte, o “Banana”, pratica o off Road desde
2003, ano em que comprou seu primeiro “jipe”, uma velha Niva, da marca russa Lada,
mas sua paixão pelos esportes “fora da estrada” vem desde sua adolescência e
aos dezoito já realizava suas aventuras radicais sobre a moto.
Junto com seu copiloto e esposa, Jeane,
Juliano “Banana”, como é conhecido, vem promovendo expedições pontualmente a
lugares paradisíacos de nossa região, entre eles o Parque Nacional da Serra da
Canastra.
Apaixonado pela beleza e geografia dessa
parte de Minas, ele afirma não ter o menor interesse em realizar expedições
para outros países. “Fomos inúmeras vezes a Serra da Canastra e ainda não
conhecemos nem 10% de toda sua beleza”, afirmou o jipeiro.
Além de ver in loco os extraordinários cenários
da Serra, com sua vegetação e geografia bastante específicas, que faz a
transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado, ele ainda produz filmes e
fotografias que são de tirar o fôlego. A bordo de uma Land Rover, seu atual
veículo, vem registrando cada instante de suas expedições, visando compartilhar
com outras pessoas as belezas de nossa região e também um pouco do espírito
aventureiro que incendeia o coração de um verdadeiro jipeiro.
A tribo que trazemos aos leitores neste mês
merece especial destaque por ser um grupo de pessoas que amam e respeitam a
natureza, que têm consciência ecológica, trabalhando em prol de sua preservação,
além de ajudar a divulgar o ecoturismo. Uma tribo que costuma deixar para trás
em cada expedição que realiza uma única marca na natureza: a do rastro de seus
pneus!
Por Rafael Cardoso
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