Morre guitarrista do Slayer


Após dois anos lutando contra uma doença hepática, fruto de picada de aranha, Jeff Hanneman, guitarrista da banda seminal do thrash metal norte-americano Slayer, morreu na quinta-feira, num hospital no sul da Califórnia. 

Um dos mais importantes guitarristas do heavy metal e uma das metades do duo de guitarras que conduzia as investidas sonoras dos Slayer, Hanneman era membro fundador da banda que, com os Megadeth, os Metallica e os Anthrax, formava o quarteto central do movimento musical nos anos 1980.

Uma fasciite necrosante, muito provavelmente causada por  picada de aranha, tinha obrigado o guitarrista e a banda a parar suas atividades ainda em 2011. A doença que consumia os tecidos subcutâneos quase levou à amputação do braço de Jeff Hanneman, que chegou a estar em coma induzido e a receber enxertos de pele para conseguir atingir a fase da reabilitação através de fisioterapia.

Mas nesta quinta-feira, os restantes membros do grupo anunciaram no seu site que Hanneman tinha morrido, aos 49 anos, “num hospital da região, onde sofreu uma falha hepática”. Já há um ano, o grupo tinha explicado na página que, de fato, “Jeff foi mordido por uma aranha há mais de um ano”, detalhando as complicações sofridas pelo guitarrista durante o seu internamento.

A morte do guitarrista, um dos compositores centrais do grupo e que escreveu alguns dos mais conhecidos e importantes temas dos Slayer, como Raining Blood ou Angel of Death, deixa o grupo sem um dos seus membros essenciais. Com Kerry King, co-fundador da banda, Hanneman formava o duo de guitarras que definia a sonoridade dos Slayer, marcada pela extrema rapidez e explosões que muitos definem como “caóticas” nas cordas, mas também pela profundidade da bateria e pelo negrume das letras. A música dos Slayer, juntamente com os colegas dos Big FourMetallica, Anthrax e Megadeth –, ajudou a revolucionar o heavy metal.

O Slayer
O grupo, nascido em 1981 em Huntington Beach, na região de Los Angeles, conta com dois Grammys na categoria de melhor atuação metal (Eyes of the Insane, de 2007, e Final Six, de 2008) e o álbum mais reconhecido pela crítica – e aquele que levou o grupo pela primeira vez aos tops de vendas norte-americanos, produzido por Rick Rubin - é o seu terceiro trabalho de estúdio, Reign in Blood (1986).

Contam com dez álbuns de originais, sendo o mais recente de 2009, World Painted Blood, e dois discos ao vivo, além de outros trabalhos em vídeo/DVD, de covers, EPs e participações em bandas sonoras de filmes como Menos que Zero (baseado no romance homónimo de Bret Easton Ellis) ou de videojogos.

Uma das polemicas em que os Slayer estiveram envolvidos deveu-se à letra de Angel of Death, da autoria de Hanneman, em que o autor refletia as atrocidades cometidas por Josef Mengele, o médico nazi que conduzia experiências sobre os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz. O guitarrista negou as associações a movimentos neo-nazis que a música gerou, reiterando sempre que nada tinha a ver com movimentos de extrema-direita.

A formação atual dos Slayer conta com o vocalista e baixista Tom Araya, com o guitarrista Kerry King e com o baterista Dave Lombardo. O grupo tem vários concertos agendados e por vezes toca ao vivo com outros músicos, como Gary Holt ou Jon Dette. Nas redes sociais, em especial no Twitter, as reações à morte de Hanneman vem sendo lamentada por vários músicos e artistas.

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