Existem certos estilos musicais que, particularmente, não gosto, não tenho o hábito de ouvir e não me chamam a atenção.
Eu não gosto da música sertaneja, nunca gostei. Muitos dizem que não gostam do Sertanejo Universitário, mas que respeitam e têm boas lembranças com o Sertanejo de Raiz. Eu não! Não gosto de nenhum dos dois. Acho chato, não fala comigo.
Lógico que existem algumas canções antigas, que de tão tocadas e ouvidas, marcaram minha memória e, de vez em quando, sou pego por suas melodias quase que brotando de meus lábios. Tipo: "daquele momento até hoje esperei você..." Oops, seria um ato falho?
Existe o Axé, como muitos classificam, lixo musical. Existe o Funk Carioca, a Gaby Amarantos... na boa, eu não gosto da Amarantos, é algo que me dói.
No entanto, sou daqueles que praticam a filosofia "os incomodados que se mudem" e se estou num lugar onde o som não me agrada, saio.
Posso até fazer um comentário meu maldoso com alguém que está comigo, mas não quero ficar entretido em contendas acerca de gostos musicais, pois gosto musical (como diz minha amiga Paula) é algo pessoal, igual a religião.
Você gosta, beleza! Eu prefiro outras coisas e daí, prefiro fazer um churrasquinho com os amigos na minha casa, onde eu ouço meu U2, Queen, Beatles, ou alguns roques nacionais dos anos 80, ou então, ter um momento bacana ouvindo uns discos de vinil na casa do 'Marcin'.
Tá de bom tamanho pra mim isso!
Sei que tem um monte de gente que acha horrível esse roquezinho new wave dos 80's e eu até concordo que tem algumas coisas do Léo Jaime, dos Inimigos do Rei e outros bem duras de engolir, mas eu prefiro isso do que os estilos citados logo acima.
Lembro de letras contendo forte apelo sexual, seja nos Axés, nos Forrós e mais recentemente no Funk Carioca e vejo ali alguns exageros e, como um amigo colocou pra mim recentemente, alguns crimes.
Sim, de fato, algumas letras, em virtude de seu apelo sexual tão forte chegam a ferir o Código Penal Brasileiro no crime de 'ultraje público ao pudor' e em alguns casos, não raros, o crime de "fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime", em virtude do estímulo à violência, a drogadicção e do convite ao mundo do crime que muitos funks fazem.
Concordo que o conteúdo é chocante, não gosto e não tenho a menor simpatia por nada do que é dito nessa músicas. No entanto, vejo que eles querem dizer isso. Tanto no caso dos sertanejos fúteis, quanto no dos funkeiros sexistas e da ostentação, a música é expressão da vida deles; ou do sonho de vida que eles almejam.
Ocorre que, o que pra mim talvez seja um lixo, pode ser o sentido da vida de alguém que possui uma instrução e uma orientação (ou desorientação) diferente da minha.
Eu posso discordar do conteúdo de algo, temer pelos caminhos que alguma expressão artística - quando massificada - possa apontar e influenciar, no entanto, não devo, em virtude de minha predileção, ética, religião ou filosofia de vida tocar em algo que prezo muito: a liberdade.
Todas as pessoas têm o direito de dizer o que pensam, o que sentem, o que acreditam ou querem acreditar, inclusive eu.
Eu digo que não gosto, que não acho certos conteúdos adequados aos ouvidos de alguém (sobretudo aos menores de idade); sei que as letras e a filosofia que permeiam o universo do Funk Carioca são, em parte, nocivas cultural e socialmente, mas não sou a favor de nenhum tipo de censura!
Acho que preciso fazer algo em prol da educação antes de tentar tolher a liberdade de um grupo de se manifestar como quer, ou como acha que deve, seja lá qual for sua intenção.
No entanto, de minha parte, vou lutar para proteger minha família desse tipo de influência que considero maléfica pra alma humana.
Tanto o Sertanejo Universitário, quanto o Funk Carioca são pra mim expressões do mais baixo nível cultural. Ambos se equivalem quando o assunto é educação ou formação de mentes reflexivas (um papel fundamental da música) e são apenas expressões fracas de pessoas movidas por sonhos superficiais, baseados em conquistas transitórias, em desejos sexuais, em sucesso, fama, riqueza... enfim, pra mim, não presta pra nada.
Mas, aceito que são livres para exprimir seus sentimentos, pelo orifício que bem entenderem e que o público também é livre para consumir o que lhe é oferecido, e se gosta de engolir essa "arte" de sabor e origem duvidosos, que o façam.
Rafael Cardoso
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