Vivemos num momento em que todos estão desesperados por cliques.
Os cliques monetizam nossos sites, blogues e também nossos vídeos no Youtube. Além disso, os números de acessos a um conteúdo que postamos na internet acabam redundando em certo status ao nosso canal.
É o sonho viral que todos os que divulgam arte, entretenimento, notícias ou quaisquer outros produtos da era da informação têm em comum. E não adianta negar, pois a conjugação verbal desse 'sonho viral' é: eu tenho, tu tens, ele tem... todos temos!
É o desejo natural de obter sucesso naquilo que fazemos nessa vida e, vocacionados a compartilhar o fruto de nosso trabalho na Grande Rede Mundial, queremos mesmo é que nosso post se torne um viral.
O viral é como o gol decisivo de um desconhecido atacante na final do campeonato, como a canção que explode à revelia dos barões do mercado fonográfico, o filme independente que é compartilhado por milhões, alheio aos investimentos hollywoodianos, enfim, o viral é algo que pode mudar tudo na vida de alguém, retirando-o do completo ostracismo e alçando ao status de celebridade.
Certamente é por esta razão que existe mais pessoas postando coisas que o grande público curte ver, tais como fofocas, matérias polêmicas (daquelas que não possuem o sentido virtuoso da promoção do debate que edifica), as falácias, os factoides, os noticiosos e conteúdos apelativos sexistas, além de piadas que denigrem, que menosprezam, que destroem, que agridem...
Tudo por causa da ganância, pois no mundo virtual, paga-se conforme o número de cliques que um conteúdo recebe.
No entanto, a ética está no fato de cada gerador de conteúdo, cada cidadão que faz uso dessa mídia democrática e acessível a todos igualmente saber e se responsabilizar pelo que posta.
Na sede viral, pode compensar muito mais (em cliques) postar um vídeo paparazzi, que expõe a intimidade secreta de alguém, ou uma paródia musical ridícula. No entanto, é crível que uma verdadeira revolução social possa ter seu início no bom uso dessa Rede livre, utilizando seu espaço para a divulgação de conteúdo proveitoso, através de arte, cultura, movimentos sociais e de cidadania, promoção de obras de caridade, além de entretenimento de qualidade.
Não a pregação que aponta para uma internet careta (para pessoas de bem), mas uma internet responsável e consciente, focada num bom caminho.
Rafael Reparador
Comentários
Postar um comentário