Hospital do coração não é uma brincadeira


Paraíso sempre foi berço de representantes políticos influentes. Desde os longínquos áureos tempos como destacada produtora de café mundial, a Cidade manteve forte representação em níveis estadual e nacional.


Mesmo assim, é óbvio o prejuízo causado pelo eterno jogo de poder que ocorre nesta cidade, contaminando os valores e interesses do município. Neste quesito, observa-se grande dificuldade de diálogo e de se colocar o bem comum em primeiro lugar - clássica herança do coronelismo e das brigas de famílias de renome que imperou nos rincões interioranos do Brasil e que ainda deixa suas amargas impressões no DNA de uma cidade que parece patinar em busca de seu desenvolvimento. 

Sabe-se que uma unidade de propósitos é utopia por aqui, mas devemos urgentemente buscar consensos mínimos entre os formuladores de Políticas Públicas. Consenso deve ser aqui entendido como a capacidade que as pessoas têm de minimizar diferenças a partir de um objetivo comum.

Ainda há muito a ser feito em Paraíso para que ela possa ser colocada definitivamente nos trilhos do progresso, seja em infra-estrutura, educação, saúde, cultura etc. 

Há alguns anos, quando escrevia pra Revista Expressão Livre, aqui na cidade, fiz uma matéria sobre o Hospital Regional do Coração e, na época, ressaltava a briga entre Passos e Paraíso por ele. No texto demonstrei meu temor com a possibilidade de um dia perder o HCor, como já havia acontecido com a Escola de Farmácia e Odontologia há 70 anos. 

Ora, o Hospital não é um troféu, não é uma oportunidade e nem um palanque, mas sim uma instituição fundamental para a saúde da população de toda nossa região. 

Volto a fazer meu apelo particular: é preciso que a cidade tenha condições de gerir essa instituição, a qual não deverá ficar no meio de um jogo de poderes interesseiros de coronéis. 

Rafael Reparador

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