Na semana do meio ambiente, comemoramos com o Ipê, árvore símbolo de nossa cidade e também do Brasil


Por Rafael Cardoso

O Ipê Amarelo é uma das mais marcantes e exuberantes árvores que ornamentam a paisagem brasileira. Em razão de sua incidência comum em todo território o nacional e extraordinária beleza, o ex-presidente Jânio Quadros declarou, em 1961, o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, a Flor Nacional e, desde então, a árvore tornou-se símbolo oficial em nosso país.

É pertencente à família das Bignoniáceas, da qual também faz parte o jacarandá; tabebuia era o nome usado pelos índios para denominar a caixeta (Tabebuia cassinoides), árvore de madeira leve da região litorânea do Brasil, usada na fabricação de artesanatos.

O nome “ipê” é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda, e é o nome popular usado para designar um grupo de nove ou dez espécies de árvores com características semelhantes de flores brancas, amarelas, rosas, roxas ou lilás. No Norte, Leste e Nordeste do Brasil, são mais conhecidos como pau d’arco (pois indígenas utilizavam sua madeira para fazer arco e flecha); no Pantanal, como peúva (do tupi, árvore da casca); e, em algumas regiões de Minas Gerais e Goiás, como ipeúna (do tupi, una = preto).

Pela beleza, resistência e durabilidade de sua madeira, ipês foram muito usados na construção de telhados de igrejas dos séculos XVII e XVIII.

No entorno de nossa cidade ainda é possível encontrar algumas espécies nativas, que podem ser vistas nas beiras das estradas a caminho de Passos, de São Tomás de Aquino, Itamogi e Jacuí, além de algumas comunidades rurais que preservam a árvore com devoção, como é o caso da Comunidade Rural Nossa Senhora das Mercês.

Dentro da cidade, em locais como a Praça da Prefeitura, a Praça da Santa Casa, Comendador José Honório, João Alves, praça de esportes Castelo Branco, dentro da Expar e na praça da Abadia, além da Avenida João Pereira de Souza e Afonso Pena muitos ipês foram plantados e permanecem dando seu espetáculo.

Como se vê, não é a toa que há mais de quarenta anos, nossa cidade ganhou o título de “Cidade dos ipês”, cuja florada pode ser observado em sua maior intensidade em cada mês de agosto. 

No estado de Minas Gerais, desde 1988, o ipê-amarelo passou a ser protegido pela Lei nº 9.743, que proíbe seu corte, mesmo parcial, sendo vedado ao Poder Executivo a autorização para remoção da espécie, caso seja de extrema necessidade.

Segundo José Carlos de Souza, Técnico Ambiental do Instituto Estadual de Florestas – IEF, “a cultura da preservação ambiental parece ter encontrado lugar na mentalidade de nossos produtores regionais”, visto que não ocorrem mais desmates de áreas nativas como em anos anteriores.

A grande questão da preservação das espécies nativas de nossa região é que não existem leis que protejam a vegetação pertencente ao bioma do cerrado e como estamos numa área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado, faltam instrumentos florestais para que nossa singular vegetação esteja amparada por critérios e leis específicas. “As únicas espécies do cerrado que possuem proteção legal são o piqui, o marolo e o ipê, sem falar que todos os donos de terras com matas nativas são obrigados a preservar 20% de suas áreas”, disse José Carlos, que há cerca de vinte e cinco anos cuida das florestas de nossa região, através do IEF.

Como um emblema de nossa nação, região e cidade é fundamental que estimulemos a consciência ambiental no coração de cada cidadão paraisense e da região, a fim de que continuemos a ser premiados com o privilégio de assistir a esse espetáculo que a natureza reservou a uma região com um bioma tão singular como a nossa.

Neste mês em que se comemora a Semana do Meio Ambiente (dia 5 é o Dia Mundial do Meio Ambiente), fica aqui uma homenagem e pequena contribuição para uma cultura de educação ambiental, na esperança de que amigos, parentes, filhos e gerações futuras permaneçam engajados na preservação dessa espécie e também de toda a natureza de nossa região.

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