Em abril de 2013, ingleses festejaram abertamente o falecimento da “Dama de Ferro”.
Uma celebração improvisada acontecia em Brixton, na zona sul de Londres, cenário de intensos distúrbios sociais na década de 1980.
“Thatcher em si representa muito do que o povo odeia que aconteceu na Grã-Bretanha nos últimos 20, 30 anos”, disse o designer gráfico Ben Windsor, 40 anos, ao lado de um homem que segurava um cartaz com uma caricatura grosseira da baronesa e as palavras “júbilo, júbilo”.
Sob o olhar de policiais, outros manifestantes chegaram com latas de cerveja e garrafas de vinho, gritando “ela está morta!”.
No começo da noite, 199 mil pessoas já haviam “curtido” o site isthatcherdeadyet.co.uk (“Thatcher já morreu?”). O site havia recebido uma atualização em grandes letras maiúsculas: “SIM”.
A página incentivava os visitantes a festejarem a morte de Thatcher, e oferecia a trilha sonora.
“Margaret Thatcher morreu. A senhora não vai voltar”, dizia o site. A frase fazia um trocadilho com um famoso discurso em que ela, reagindo a pedidos de moderação do seu Partido Conservador, disse que “a senhora não é de recuar”.
Thatcher, que foi primeira-ministra entre 1979 e 1990, adotou radicais políticas direitistas que, embora vistas como modernizadoras por muitos, alienaram outros tantos, que a viam como uma destruidora de empregos e de setores econômicos tradicionais.
As palavras de ódio dedicadas a ela, 23 anos após o fim do seu governo, mostram que muitos não a esqueceram nem perdoaram.
“A melhor notícia que eu recebi no ano todo”, disse uma pessoa no Facebook, dizendo-se ex-mineiro.
No bairro de Belgravia, uma garrafa de leite foi deixada na porta da casa dela, numa alusão ao corte no fornecimento de leite a escolas primárias, adotada por ela quando ministra da Educação, na década de 1970.
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