Assistir ao Circo Social foi uma experiência encantadora e de forte teor emocional pra mim; um espetáculo que sintetiza da forma mais pura e cristalina a minha particular definição do que deveria ser um "circo".
Eu, que nunca fui muito afeiçoado a esse tipo de show e que não sentia nenhuma atração por aquela coisa de leões-domadores-trapezistas, na noite deste primeiro domingo de dezembro, no anfiteatro aos fundos da Casa da Cultura de Paraíso, me deparei com uma faceta circense carregada de luz e benevolência artística.
Em moldes semelhantes aos saltimbancos de Roma, que no início da era medieval faziam suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas, aqueles meninos e meninas, sob a batuta do maestro palhaço Dênis Tavares, deram um verdadeiro show de sensibilidade, seriedade e tenacidade.
Apresentando números de elevado grau de dificuldade, crianças de Paraíso e São Tomás de Aquino surpreenderam o público que estava ali, junto com eles, debaixo da chuva, atentos e na expectativa que se criava após cada número que era apresentado.
Causa espanto saber que aqueles pequenos artistas, na verdade, são crianças estudantes de escolas públicas, cujas famílias não tiram um centavo de seu bolso para receberem seu treinamento e que, através da paixão e do engajamento do Circo Social, são ensinados nas mais belas artes populares.
Ali não havia cachê, a entrada era franca e qualquer pessoa que estivesse de passagem poderia desfrutar do enorme prazer de estar diante de um espetáculo artístico de verdade, fruto da união do esforço e da paixão de jovens dedicados e de uma escola circense que cumpre um papel de imensurável valor à nossa sociedade.
Em tempos de tantas más notícias, de tanta maldade sendo semeada no mundo, hoje eu tive a oportunidade de ir ao Circo Social e ver um espetáculo que me emocionou e me fez sentir orgulho de nossa cidade e de ser, como eles, artista.
Rafael Reparador
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