Drogas: regulamentar é preciso!


A criminalização das drogas nunca deu resultados práticos, ou seja, não diminuiu o número de usuários e não salvou quase ninguém da drogadicção.
A cultura das drogas é forte no Brasil, assim como nos EUA, não somente as drogas ilícitas, mas também as lícitas que, a cada dia, ganham mais espaço no nosso país (como já é nos EUA).
Dizem que a maconha é a porta de entrada das drogas mais pesadas, mas isso é lenda.
A gente inicia a vida nas substâncias que alteram a mente desde a cafeína, passando pelos analgésicos, calmantes, xaropes até chegar no álcool, uma droga que mata 9 vezes mais que todas as drogas ilícitas juntas.
A única coisa que a criminalização das drogas fez efetivamente pelo Brasil foi aumentar a população carcerária. 28% das pessoas hoje presas no Brasil estão lá por crimes de tráfico, percentual que se aproxima dos 70% da população carcerária feminina, ou seja, algo em torno de 171 mil pessoas.
Outro fator importante nesse assunto é o fato que chamamos de liberação das drogas.
Dizem que as drogas não são liberadas, mas o fato é que é exatamente o contrário: as drogas hoje são mais liberadas do que nunca! Qualquer pessoa compra drogas na hora que quiser, em qualquer esquina de qualquer cidade, grande ou pequena. As drogas estão aí para qualquer um, sem qualquer tipo de controle do governo e seus órgãos reguladores.
Podem pensar ou dizer que não, mas o fato real é que as drogas estão liberadíssimas!
Ademais, quando se fala legalização, não quer dizer que as drogas serão liberadas, mas sim que serão regulamentadas. Isto dará condições do Governo e órgãos competentes de saúde (porque esta é uma questão de saúde pública e não de segurança) tratar o assunto com a devida coerência e suporte técnico. 
Estados Unidos, Canadá, México, Costa Rica, Jamaica, Holanda, Espanha, Itália, Portugal, República Tcheca, Armênia, Austrália e aqui, na América Latina países como Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile, Venezuela, Equador e Peru já regulamentaram o uso pessoal de maconha e outras drogas. 
Na Ásia, Camboja, Bangladesh e a República Popular Democrática da Coreia não fazem qualquer objeção à maconha. 
Portugal descriminalizou todas as drogas em 2001. Ao contrário do previsto, a quantidade de usuários teve queda nos últimos 14 anos. Em 2011, por exemplo, o consumo havia caído pela metade por lá. Atualmente, o país tem cerca de 15 mil pessoas em tratamento para deixar de consumir drogas. Já teve, antes da descriminalização, mais de 100 mil usuários em tratamento. Como era uma atividade ilegal, estas pessoas eram contabilizadas como criminosas , hoje, ao invés de trancar 100 mil delinquentes, o país trabalhou para curá-los e ajustar uma abordagem totalmente nova de conhecimento de tratamento ao mesmo tempo.
Muitos estados americanos convenceram os eleitores a votarem a favor da liberação do uso pessoal da maconha, através do argumento do "dano financeiro" que causava ao sistema judiciário do país. Num único ano, 600 mil pessoas foram detidas e processadas por posse da droga e o sistema de justiça americano acabou não fazendo outra coisa além de julgar jovens que, na maioria das vezes, não haviam cometido nenhum outro deslize e ficavam marcados por uma ficha criminal que os prejudicava na hora de conseguir um emprego e tocar a vida.
A maioria da violência associada com o negócio ilegal da droga é causada por sua ilegalidade. A legalização permitiria regular o mercado e determinar um preço muito mais baixo acabando com a necessidade dos usuários de roubar para conseguir dinheiro.
Seguimos refletindo mais sobre o assunto!

Rafael Reparador

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